Ao que parece, o Estado Islâmico conta com uma boa dose de tecnologia e equipamentos para viabilizar seus combates por todo o Oriente Médio. Enquanto em terra suas fileiras são reforçadas por frotas intermináveis de Toytotas Hylux, no ar a organização pode estar contando com drones da DJI. A descoberta foi feita por uma repórter da AFP durante a cobertura de uma incursão a Mosul junto do exército iraquiano.
Durante a empreitada realizada no último dia 23 de fevereiro, a jornalista Sara Hussein teve acesso a um veículo aéreo autônomo derrubado pelas forças iraquianas pouco depois de o objeto voar por algum tempo em cima dos militares. Em postagens feitas no Twitter, a profissional notou que se tratava de uma versão consideravelmente modificada do Matrice 100, um drone industrial feito pela DJI para fazer parte de um tipo de kit para a aplicação de tecnologias inteligentes no campo.
Sim, trata-se de um aparelho voltado especificamente para tarefas como monitoramento de colheitas, que possui apenas 35 minutos de autonomia antes de precisar voltar ao solo e que custa cerca de US$ 3,3 mil (R$ 10,2 mil) em sua versão mais simples. Sendo assim, o que exatamente pode ter atraído o Estado Islâmico a utilizar esse tipo de gadget? Aparentemente, a sua capacidade de carregar até 1,2 kg de carga adicional, um montante que foi utilizado primariamente para adicionar uma série de explosivos ao dispositivo.
De acordo com a repórter, o Matrice 100 em questão trazia em seu interior um par de bombas criadas a partir de granadas de 40 milímetros – um projétil que geralmente é utilizado em conjunto com os famosos RPGs ou lançadores de granadas. Como é possível notar em algumas das fotos feitas por Hussein, o corpo dos explosivos é feito de PVC, enquanto sua aerodinâmica supostamente foi aprimorada com a adição de caudas de volantes usados em badminton.

Grana de sobra ou ataque desesperado?

Não é de hoje que os membros do Estado Islâmico recorrem a drones para defender sua posição em terrenos tomados anteriormente pelo grupo, mas essa é a primeira vez em que modelos mais caros e sofisticados desse tipo de produto são usados nas batalhas. Isso indica que ou o EI recebendo novas rodadas de financiamento para alavancar as suas operações na região ou que eles não estão medindo esforços e pretendem gastar até o último centavo para não perderem Mosul – um ponto bastante representativo em sua expansão.