Ao que parece, o Estado Islâmico conta com uma boa dose de tecnologia e equipamentos para viabilizar seus combates por todo o Oriente Médio. Enquanto em terra suas fileiras são reforçadas por frotas intermináveis de Toytotas Hylux, no ar a organização pode estar contando com drones da DJI. A descoberta foi feita por uma repórter da AFP durante a cobertura de uma incursão a Mosul junto do exército iraquiano.
Durante a empreitada realizada no último dia 23 de fevereiro, a jornalista Sara Hussein teve acesso a um veículo aéreo autônomo derrubado pelas forças iraquianas pouco depois de o objeto voar por algum tempo em cima dos militares. Em postagens feitas no Twitter, a profissional notou que se tratava de uma versão consideravelmente modificada do Matrice 100, um drone industrial feito pela DJI para fazer parte de um tipo de kit para a aplicação de tecnologias inteligentes no campo.
After we moved forward, #Iraq forces shot down this weaponised IS drone that had been buzzing over us earlier. Pic credit our driver Alaa. pic.twitter.com/Pzo8E3MqJv— Sara Hussein (@sarahussein) 23 de fevereiro de 2017
Sim, trata-se de um aparelho voltado especificamente para tarefas como monitoramento de colheitas, que possui apenas 35 minutos de autonomia antes de precisar voltar ao solo e que custa cerca de US$ 3,3 mil (R$ 10,2 mil) em sua versão mais simples. Sendo assim, o que exatamente pode ter atraído o Estado Islâmico a utilizar esse tipo de gadget? Aparentemente, a sua capacidade de carregar até 1,2 kg de carga adicional, um montante que foi utilizado primariamente para adicionar uma série de explosivos ao dispositivo.
Another pic of the weaponised IS drone that was flying over us outside Al-Buseif this morning and was brought down by #Iraq forces pic.twitter.com/n5mW6DpJJn— Sara Hussein (@sarahussein) 23 de fevereiro de 2017
De acordo com a repórter, o Matrice 100 em questão trazia em seu interior um par de bombas criadas a partir de granadas de 40 milímetros – um projétil que geralmente é utilizado em conjunto com os famosos RPGs ou lançadores de granadas. Como é possível notar em algumas das fotos feitas por Hussein, o corpo dos explosivos é feito de PVC, enquanto sua aerodinâmica supostamente foi aprimorada com a adição de caudas de volantes usados em badminton.
Grana de sobra ou ataque desesperado?
Não é de hoje que os membros do Estado Islâmico recorrem a drones para defender sua posição em terrenos tomados anteriormente pelo grupo, mas essa é a primeira vez em que modelos mais caros e sofisticados desse tipo de produto são usados nas batalhas. Isso indica que ou o EI recebendo novas rodadas de financiamento para alavancar as suas operações na região ou que eles não estão medindo esforços e pretendem gastar até o último centavo para não perderem Mosul – um ponto bastante representativo em sua expansão.
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